Thursday, October 17, 2013

Aniversário de 25 anos

Ouço muitos amigos falarem da idade cabalística dos 27, da crise dos 30 ou da maturidade - e também crise - dos 40. Mas hoje, eu que ainda não cheguei nestes números gostaria de falar de outra história, a que recomeça ou continua aos 25 anos.

Lembro que na infância, eu imaginava que esta seria a idade em que tudo na vida já estaria resolvido, porque pra mim, a solução da felicidade se encontrava em uma carreira, uma casa e um marido. Quanta ingenuidade naquela criança que pouco sabia da vida e acreditava em quase tudo que os adultos diziam.

Foi então, que depois de algumas descobertas e um pouco mais de vida, onde esta história começou. Minha realidade entrou em conflito com o mundo de possibilidades que surgia a cada dia. E assim, começou a trajetória que hoje aqui lembrei de seguir.

Não lembro bem a idade e o ano, mas com certeza não foi na infância. Dela me lembro poucas coisas: de pisar no barro, de brincar com minha irmã e meus primos, de um coelhinho que tentei chamar de meu. Foi uma viagem divertida pela estrada de chão, com minha mãe no volante, minha bisavó na carona e eu e minha irmã atrás. Teve até uma vaca no meio do nosso caminho. E foi neste dia dos coelhos que comecei uma das amizades mais lindas da minha vida, com a Ane, a dona das mãozinhas mais lindas que eu já vi. A partir daí, o que lembro mais pulou, como um piscar de olhos, para a minha adolescência.

No começo, fui muito feliz sendo uma adolescente normal. Não tinha preconceitos com música, com lugares, com ninguém. Era eu, mina irmã, a Ane, a Bí e as gurias simplesmente nos divertindo, conhecendo garotos, arriscando nossas vidas pelas madrugadas em carros velhos, estradas de chão batido e por aí temos muitas histórias. Tudo indicava que eu fosse seguir este caminho e que seria uma pessoa feliz no universo e terra onde nasci, até chegar a internet. Sim, a tecnologia mudou a minha vida.

Quando o mundo chegou até mim por conexão dial up, eu simplesmente comecei a surtar. Foi aí que essa história ganhou forças e eu não conseguia parar de olhar, pesquisar e tentar contar tudo aquilo que eu mais queria conhecer, fazer, mudar. Descobri músicas, fiz amigos, fiz uns blogs e fotologs, fiz disso a minha passagem para outro lugar. Foi por aí que, aos 16 anos, vesti a camiseta de banda, entrei nos ônibus da vida, e saí sozinha para encontrar um pouco daquele universo virtual em algum lugar. Graças aos meus pais, é claro, que sempre confiaram em mim para me deixar fazer isso (não sei como!).

Assim tive meu primeiro namorado, que não foi o meu primeiro amor. O meu primeiro amor foi antes, mas não pude namorá-lo. Longa história. Foi aí que fiz as amizades de interesses em comum. Quanto amor pela Lux Luxo, Felipe, pelo ator menino Carlos e uma galera que estava sempre nesses pontos de encontros de nossas viagens.

Essas aventuras tiveram uma continuidade triste, pois cheguei a acreditar que minha vida estava resolvida e que da música sairiam todas as minhas outras vontades: amigos, amor, profissão, viagens, momentos de extasy... A minha novela adolescente, então, teve uma pequena pausa: a depressão do término do primeiro namoro. O primeiro cara quase dez anos mais velho que eu.

Nesta fase eu já escrevia muito e escrever foi o meu refúgio, o que deu início aos longos períodos acordada e uma nova amizade com a insônia e o Lorax. Nunca esqueço o nome e todas as viagens que ele me fez passar (o Lorax e também o namorado). Adolescente, deprimida, morando sozinha aos 16 em um apartamento no 9 andar. Não foram dias fáceis e eu conseguia sorrir aos poucos, com a ajuda da Lila, do Jederson e do Cidi - os amigos mais estranhos e legais daquele terceiro ano bizarro, coxinha e particular. Cheguei a me afastar de todos os meus amigos de infância, que tentavam chegar até mim e eu não destravava a porta do quarto, na casa dos meus pais, para deixá-los entrar. Me perdoem, pois eu amo e sempre amei vocês!

Essa chavezinha triste girou, da noite pro dia, quando fui a Porto Alegre fazer aquela maratona de provas para o vestibular. Que meus pais não leiam, mas na primeira noite não resiti a proposta da Ana Paula (minha eterna Lóide, a partir daí) para conhecer o Garagem Hermética. Lembro como se fosse hoje, que eu comparei tudo aquilo como uma experiência do Mate-me Por Favor. Isso, claro, resultou em eu não ter passado na prova para a Fabico (UFGRS). Mas, como minha irmã turca cheia de energia e teorias fala, nada na vida é por acaso. Senti uma sensação linda ao chegar na UNISINOS. Riam, mas aquele campus enorme, cheio de árvores, bancos e prédios baixos foi totalmente demais pra mim...

Vou pular para a parte em que já estava morando com meus amigos Carlos, Ana Paula e Dani e que já tinha morrido de amores pelas minhas colegas Roberta, Carine e Camila. Já tinha reencontrado os amigos punks das viagens, os amigos do meu ex de Porto Alegre e, as novas amigas, ex dos amigos dele. Chris e Rê, a dupla loira e cocozilda. <3 a="" aaaaaaah="" am="" antes="" ao="" aprendi="" ar="" artigos="" at="" balan="" banda="" bruna="" c="" cabelo="" caronas="" cias.="" cinema="" coisa="" coisas="" com="" come="" como="" completar="" conheci="" cortei="" da="" das="" de="" deixou="" dela="" di="" dias="" dio="" e="" ela.="" encontrei="" entendemos="" entusiasmada="" escrever="" eu="" falar="" fazer="" foi="" frente="" genial="" gravar="" hoje="" igual.="" igual="" jamile="" lie="" lov="" mais="" mat="" me="" mera="" minha="" modismo="" montei="" muito="" n="" na="" nas="" neste="" no="" nos="" not="" o="" olhar.="" p="" par="" pati="" pelo="" percebi="" pode="" poulain="" pra="" preparar="" punk="" quanta="" que="" queria="" r="" rias="" rsrs="" s="" semi="" ser="" tempo="" terapias="" tica="" trocava="" troquei="" tudo.="" tudo="" u="" uma="" vida:="">
Nesse tempo, eu fazia muitas coisas e pouco dormia. Não tinha vontade de parar para dormir enquanto eu poderia ler, ou sair para beber e conhecer mais pessoas como eu. Quatro turnos diários de muitas descobertas e adrenalina. Acho que isso foi ser jovem (porque hoje já não sou tão mais). Dessa fase, saem bons drinks, boas cenas e bons livros. Ela merece uma dedicatória especial. Mas ela é importante neste texto, porque foi dela que partiu a interrupção resgatada agora.

Enfim, pulei alguns anos e cheguei até aqui, aos 25. No meio disso, vivi em um universo totalmente paralelo, longe de tudo aquilo que eu havia descoberto. Foi isolado de todas as influências daquele mundo que eu queria tanto desfrutar e conhecer. Não reclamo disso, pois nesta pausa, tive uma grande perda na família, precisei focar nos meus primeiros empregos e aprendi muitos valores os quais só se aprende assim, casada. Foram anos lindos e agradeço ao meu ex-companheiro por isso (o segundo cara quase dez anos mais velho que eu). Como todo o casal, tínhamos nossas palavras, nossos olhares, nossos programas só nossos. E esta troca foi importantíssima. Aprendi a ser cuidada, a cuidar de alguém. Eu aprendi a crescer. Ganhei um grande amigo e quero vê-lo feliz para sempre. Nossa trajetória juntos nos levou ao ápice do amor e a uma identidade dupla, por isso tivemos que nos separar, para cada um tentar se reencontrar. Que o meu futuro marido, se eu tiver um dia e se ele ler isso, aceite que sempre terei um amor e respeito por quem já namorei. Fiquem bem felizes e tranquilos, todos vocês. ;)

E por todas estas linhas acima eu cheguei aos meus 25 anos, com esta bagagem de vida e uma explosão de retomadas. Eis que volto aos meus amigos, todos mais velhos que eu e lindos, mais lindos que eu, que tenho 25. ;) Então eu olho para todos eles e percebo que reencontrei muitos neste momento pela obra do destino, pelo meu desleixo no passado recente, pela minha sorte neste momento. Alguns que não lembravam direito do verdadeiro mim. Outros, que ainda guardam mágoas do meu retiro. E poucos e bons novos amigos, recentes e que já decidi que serão para a vida toda (não tem como listar, mas gurias em SP, isso inclui vocês <3 -="" 16="" a="" adolescente="" agora="" alegria="" alguns="" aliviada="" amigos.="" anos="" aos="" aquela="" aqui="" as="" at="" cap="" chegou="" coisa="" com="" de="" desta="" dizer="" e="" ela="" em="" escrevendo="" espelho="" est="" eu="" faria.="" fazia="" gra="" gritando="" guria="" isso="" jornada="" lindo="" luz="" mais="" me="" muita="" muitos="" nbsp="" neles="" nova="" ouvindo="" p="" para="" penso="" perdeu="" pessoal.="" prazer="" pronta="" que="" repleto="" s="" se="" sob="" sobre="" sua="" trilhos.="" tulo="" um="" uma="" underground="" velas="" velvet="" vez="" vida="" voc="" voltando="">
Nos 25 já não se pensa mais em fazer o que lhe dá prazer. A história até tem base nisso, mas já há contas a pagar e a gente quer conquistar outros sonhos, os de viajar, de tomar o café perfeito, de poder concretizar um projeto, tirar proveito e aprendizado. Acredito que é a idade do sempre avante. Aquele medo de envelhecer, de largar o osso da juventude. Aquela vontade enorme de fazer o que se quer, a hora que quiser, com quem quiser. Sim, é a idade dois anos antes da overdose. Também de realizar todas as vontades na cama (ou em qualquer lugar). Já se sabe comer, já se sabe beber. Já sabemos fazer muitas coisas e gostamos de uma boa conversa, inteligente e que nos agregue algo. Também ainda temos a inocência de rir de coisas idiotas e, desculpem os amigos mais velhos, vocês também fazem isso.

Os 25 são só o começo, nem tão no início assim. Meus 25, que permitem um trabalho estável, madrugadas felizes e inspiradas. Bem-vindos, meses depois do meu aniversário. Que vocês não se esqueçam jamais dos anos anteriores e que os próximos só tenham muito mais a contar, porque eu espero viver muito além do que estas poucas páginas. A festa foi hoje, somente eu e a Zooey, minha filha cachorra. Teve direito a músicas de Mevlana e tudo mais. Agora compartilo esse momento feliz com todos vocês. Sherefe!

E se um dia eu faltar e alguém quiser recolher mais histórias do meu passado, está tudo no www.moneinthesky.blogger.com.brwww.moneinthesky.blogspot.com.br, no www.blogdamo.com, no www.simonebertuzzi.combr e no slooshysmotslooshy.blogspot.com.br. Que isso fique registrado.

Sunday, January 02, 2011

Furonomeiodágua


Minha vó disse que quando você pede um favor para alguém e o mesmo não o faz, "é a mesma coisa que pedir um favor para um furo no meio d'água". Esta é pra anotar e guardar para apelidos secretos.

Sorte de quem teve

Sorte daqueles quem consegue lembrar em tópicos e contar como foi um ano inteiro que passou. Azar daqueles que não tiveram tempo de segurar a memória, levada pela força do tempo.

Sorte de quem conseguiu tomar um sorvete sem sair do negativo e azar de quem quebrou o cofrinho para passear um pouco, em um ônibus lotado e cheio de odores e dores.

Sorte de quem pôde reclamar do trabalho e chegar em casa cansado. Azar de quem nem viu o dia passar e no fim passou a invejar as reclamações de ter que ir à festa de final de ano da firma.

Muita sorte de quem andou de avião sem ter que se preocupar com a boca do fogão, azar de quem usou o mesmo fósforo duas vezes pra voar um pouquinho.

Sorte e azar de quem teve.

Desilusões jornalísticas

Preciso dizer que muitas palavras não escritas aqui podem ser encontradas nos posts geniais do blog Desilusões Perdidas, que traduz perfeitamente a fase frustrante de novos jornalistas no mercado. Olha lá: http://desilusoesperdidas.blogspot.com.

Monday, June 21, 2010

The end, RESTART

De acordo com a lógica humana, você só consegue colher bons frutos se você plantar. E todas as pessoas do mundo se deparam com esse jabá, que ao invés de trazer esperança te leva até a dificuldade de encontrar a oportunidade que se espera.

Ao invés de acreditar de que para ser feliz é preciso sofrer, a humanidade precisa saber que nada será satisfatório se não for feito através da sua intuição e desejo. E esta vontade não impede ninguém de seguir alguns requisitos básicos para descobrir, de fase em fase e de lugar a lugar, onde quer chegar.

E a vida poderia ser vivida seguindo os sonhos, se não fosse quase impossível ter que esbarrar por alguns desvios durante este tempo. E neste tempo, correr o risco de errar a direção, esquecer o destino de antes e parar em outro lugar.

Eis aqui um pequeno exemplo, que seguiu o que em determinadas fases, a intuição induziu fazer, morar, viver e aprender. E tudo foi nesta seguinte ordem:

1 - Ir a shows, para ver como é, mesmo sem saber qual era o estilo da banda, de onde ela vinha e até mesmo o seu nome;

2 - Querer experimentar e iniciar aulas de violão, até ver que prefere a eletricidade da guitarra e quer fazer isso pelo resto de sua vida;

3 - Aprender a fazer um blog em html para conseguir mostrar ao mundo todas as suas descobertas e inspirações adolescentes;

4 - Se viciar em blogar, começar a ter amigos blogueiros de cidades muito distantes, e a ter uma rotina virtual com o universo de leigos em assuntos de música;

5 - Fazer barulho com os amigos do interior, perceber que não tem talento para a carreira artística, até todos se perderem por aí;

6 - Mudar para um cidade maior e ver que você precisa mesmo é ir para a Capital do seu estado para ver qual é a sua verdadeira "praia";

7 - Fazer faculdade de jornalismo, descobrir as coisas legais da profissão e ter como o primeiro estágio um site que te proporciona entrevistar todas as bandas conhecidas no local, até o Marky Ramone;

8 - Passar três anos com estágios frustrantes, conhecendo o lado menos empolgante do jornalismo e sofrendo alguns pecados capitais - como a ira, a gula, a inveja, a vaidade e outros pecados que deveriam estar nesta lista;

9 - Enfrentar realidades da vida adulta, esquecer porque saiu de casa aos 15 anos, mudou duas vezes de cidade e decidiu fazer jornalismo;

10 - Mudar novamente para uma outra Capital, bem maior, para ver o que o novo lhe diria sobre sua personalidade e objetivo de vida, que já estavam se perdendo no esquecimento;

11- Quase voltar atrás e continuar a vida frustrante, até um minuto de conversa com alguém te lembrar o porque chegou até aí, mesmo a conversa não sendo sobre isso;

12 - Passar dias em estado de choque, tendo flashes fora da ordem cronóliga e escrever a vida em tópicos;

Por fim, rir de todas as coisas bizarras, teimosas, explosivas e acrescentadoras, e agradecer a todas as pessoas envolvidas nisso por ajudarem a descobrir, moderadamente, onde esta intuição queria chegar. (Até o dia que a autora deste texto se surpreender com suas expectativas, chegadas e partidas...)

Sunday, January 03, 2010

A sinuca e os abraços




Foi depois de mais uma tarde no clube, onde eu e ele matávamos nossas saudades de infância jogando sinuca e bebendo cerveja. Com montanhas ao redor, como todo o resto da cidade, era no centro de um tablado em construção que ficava a mesa do jogo e nossos últimos momentos juntos. Só era a mesa, sob um chão de britas, e duas cadeiras velhas de madeira que nos bastavam.

Um pouco longe das piscinas, ao lado do campo de futebol, eu um pouco perdida falei: “Eu não sei jogar muito bem”. E então, como sempre o Jonas respondia, com as mãos no bolso do calção jeans e aquela voz ainda de guri: “Ah, vamos jogar só pra passar o tempo”. A gente começava cedo, às 13h30, por aí.... Ao chegar, passávamos na copa e pedíamos para a Preta (que não é preta, é a mulher do Volmar) um picolé napolitano, uma cerveja e umas cinco fichas para a sinuca. Eu e o Jonas passamos as tardes lá, e nesse tempo, sempre aparecia alguém: amigos de infância, minha irmã Su e meu primo Wagner, que são primos irmãos do Jonas também. Foi o lugar onde todo mundo se reencontrou para beber uma “breja”.

Foi na semana entre o Natal e o Ano Novo, eu ia ficar lá na minha cidade natal até o dia 26 de dezembro e só o Jonas sabia me fazer companhia. Todos dizem a mesma coisa, às vezes me pergunto como é que uma pessoa só conseguia ser companhia para todos ao mesmo tempo. Mesmo ele morando em São Francisco do Sul, eu em Porto Alegre, a Su e o Wag em David Canabarro e o Junior e a Rafa em Joenville.

Os amigos já não eram mais os mesmos pra mim, tudo lá no interior agora é diferente. As pessoas crescem, mudam as gerações, mas parece que tudo é igual. Tomar chimarrão na praça, na frente da igreja ou atravessar a rua da casa dos meus pais, onde tem o Bar do Ico, que é o eterno e único “point” da cidade. Ir para lá se tornava sempre melhor se o Jonas estivesse por perto. No dia 26 eu viajei para o Norte, antes disso, a gente nem esperava se encontrar.

Ele sempre me deixava ganhar, dizia que eu era muito boa jogadora e não deixava de contar uma piada se um de nós errássemos a mira por causa da bebedeira. Foi então que o vento ficou forte, e parecíamos os únicos sentindo aquilo no meio de tantas árvores e plantações da cidade pequena. Jonas largou o taco sobre a mesa, levantou seu braço enorme até o meu ombro e disse, com um olhar emocionado “muito massa esses dias que eu tô passando aqui. Eu sabia que tinha que vir pra David antes do Ano Novo, ainda bem que liberaram uns dias lá no trabalho”. Eu respondi que parecia coincidência, porque só pude ir de última hora porque era a estagiária mais nova do meu trabalho, não ia ganhar tantas folgas para viajar assim.

No outro dia era Natal, almoço com a família ao ar livre e lá estávamos nós no clube de novo. Foi a nossa última jogada juntos. Teve janta e missa a noite, e eu e o Jonas cumprindo o ritual natalino. Depois daqueles dias que me parecem até nostálgicos, chegou a hora da despedida. É claro que nenhum dos dois imaginava que seria nosso último abraço para o resto da vida. Foram três longos apertos. Um disse para o outro o quanto a gente se amava e eu não parava de agradecer pelas tardes de sinuca e outros programas para quebrar o tédio do interior. No terceiro e último abraço, ele já estava quase indo embora e eu falei “Nossa, não consigo te deixar ir embora, já me bateu uma saudade enorme. Te amo como meu irmão mais novo, Jonica. Se cuida, tá?”. Ele deu aquela risada com os dentes serrados e com voz de criança respondeu “Eu também te amo como irmã, Monezinha. Se cuida também” e saiu caminhando com o Wag. Eu fiquei cuidando os dois, com um aperto enorme no peito. Parece que alguém estava nos olhando e dizendo: esse é o abraço da última vez. E foi.

Friday, January 01, 2010

Entre quatro paredes

Passei muito tempo entre quatro paredes com o meu amor, mas não fizemos muito o que vocês estão pensando. Foi o que me fortaleceu, me fez viver um pouco a vida, por menos que pareça.

Foram muitos seriados, filmes, chocolates, músicas, dançinhas, bobagens, passeios, conversas amigas, conselhos. Foi tudo pra mim e que eu quero pra sempre.

Por quê? Porque é com esta pessoa que aguentou o meu pior ano e que eu quero dividir os melhores dias que virão. Porque nós dois merecemos, porque não custa nada tentar e só nós dois nos conhecemos assim. Ninguém mais sabe mais do que nós.

Foi um ano entre quatro paredes, que nos deixou de molho, nos isolou dos outros, mas nos fortaleceu. Foi o pior ano para nós dois, mas ainda bem que tínhamos as quatro paredes. (L)

Ops


Sei que é muito feio sempre ficar com um pé atrás. Mas eu tenho esse problema com algumas pessoas, e não consigo acreditá-las completamente. Não dá.

Grandeza, grandeza, uma vida de cristal e de falar mal. Não suporto, não dá. Não quero mais. Tchau!

Eu sei que me torno insuportável, mas não é disso que eu falo. É falta de um olhar verdadeiro, de desejos verdadeiros. Falta de humildade, é isso.

É isso que torna certos líderes odiáveis, que não traz amor e nem felicidade. É essa mania vazia que algumas pessoas tem que faz sugar todas as boas energias. E se não há como suportar, é melhor se afastar.

Pois é, não dá!

Nova página

Existe uma verdade na vida que não pode ser negada, nem impedida. Ela chega de repente ou aos poucos, mas ela chega.

Quando esta verdade vem à tona, cada um reage de um jeito, e isso eu pude sentir. Eu pude ver que para alguns é normal deixar a música alta dentro de uma casa em que alguém está de luto.
Consegui fazer as contas de que quase ninguém teve jeito e nem palavras para falar sobre isso. Duas pessoas me escutaram chorar por duas madrugadas, e uma delas ainda me escreveu uma carta linda para tentar me confortar.

Este assunto, eu sei, não é nada fácil. Mas quando surge, exige certos cuidados, um certo respeito e mais que uma semana de conversa sobre o assunto. Eu estou falando isso porque foi esta verdade inevitável que esteve comigo durante o ano de 2009.

Foi um ano que poderia ter sido apagado da vida minha família, que me mostrou que a família é o mais importante e que existem muitas coisas para pensar melhor. E mesmo mudando o ano, é uma verdade que sempre será inaceitável, que setará presente em muitos momentos e que nunca mais vai ter outra versão.

Dar a notícia ao meu avô, segurar duas tias desmoronando de tanta dor, ter que enfrentar um luto recolhido, não ter palavras para confortar meus tios, ver meu irmão do jeito que eu vi. Tudo isso moveu os meus dias de 2009 e tudo isso fez deste ano que terminou o pior da minha vida.

A conquista do diploma se torna triste. A vida se torna triste.

Em 2010 não será diferente... é a verdade que me acompanha em cada suspiro, em cada peça da casa, em cada momento vivido. É uma peça que falta, insubstituível. É triste, eu sei, mas isso está comigo.

Sei que eu falhei, que perdi a paciência por coisas mínimas e que o ano se tornou intenso, desgastante e sem oportunidades de melhorar. Isso também fez dos dias piores e eu sei que tenho culpa. As ondas negras passaram juntas e eu deixei que elas viessem com tudo, pra depois poder flutuar em uma água plena. E é só isso que eu quero. Uma vida nova, sincera e com valores diferentes, com energias próximas positivas e amizades sinceras.

2009 me cansou de tudo e é por isso que eu vou mudar. Um ano novo me espera, com novas rotinas, novas pessoas e uma vida diferente. Sempre com aquela verdade, mas com outras coisas boas para superar. Uma boa sorte pra mim e pra todas as pessoas do mundo, do coração!

ps: a família é tudo!

Thursday, October 29, 2009

Mulher elétrica


adivinha por quê?

Bad time

Se existe um momento difícil, é este.



O que é viver se não sonhar? sair? amar? brincar?



Do que adianta tantas coisas, do que adianta saber rimar?


Meu pensamento e texto nem fluem mais. Não há mais o que falar com muita vontade.


Meu diploma está chegando. Não tem mais como voltar atrás.



Eu sei que as dúvidas sempre surgem nesta hora. Só não me contaram que dói tanto ter que deixar de viver para sobreviver... dói.



É melhor ir dormir, porque escrever e viver está difícil. Travei, piffei!





Me dá um pouco de calma

De Onde Vem A Calma
Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo



Hey! Canta junto.. sente. Faz tão bem!

***

De onde vem a calma daquele cara?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente?
Ele não saber ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil

De onde vem o jeito tão sem defeito?
Que esse rapaz consegue fingir
Olha esse sorriso tão indeciso
Tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão

Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
Rei de mim.

Digital esquecida

A fotografia é uma dádiva. Me refiro aquela que se guarda em álbuns de papel, que não se perde e nem se apaga.

Fico triste.

Perdi muitas fotos no flickr, não sei porque. Hoje entrei e vi que só há imagens de 2008 em diante. E o meu passado? Aquelas fotos tão inspiradas, de arquivos, que contam uma fase importante da minha vida? Sumiram!

Elas hoje são como uma mentira, parece que nunca existiram. E o que fica? Somente os poucos cliques do presente. Porque cada clic é quase um segundo e cada segundo é tempo...

O meu tempo se apagou junto com estas fotos. E o meu outro tempo está em branco, por quase um segundo para uma mentira é perder tempo demais.

Tuesday, September 15, 2009

Madrugada Tccenta

A máquina de lavar faz barulho em dobro no silêncio da noite, rima com o vulto sonoro dos carros e passeadores.

É trilha perfeita para escrever sobre gangues e ultraviolência.

Vida de velho

Difícil viver uma vida de bodas de ouro quando não se tem nem dois anos de namoro.

Terça-feira de setembro

Hoje o dia da semana combinado com o mês fica bem estranho.

***
Quem diria que:
-depois de quatro anos, eu estaria mesmo me formando em jornalismo.
-que eu, hoje, não sei o que vou fazer a partir do dia 15/01/2010.
-que eu viveria tão distante de muitos amigos tão próximos.
-que eu não consigo mais escrever como antes.
-que no final, ganhei 15 kg e perdi muitas coisas indispensáveis.
-que eu hoje, preciso fazer meu TCC e não posso deixar os dedinhos se satisfazerem.