Thursday, October 17, 2013

Aniversário de 25 anos

Ouço muitos amigos falarem da idade cabalística dos 27, da crise dos 30 ou da maturidade - e também crise - dos 40. Mas hoje, eu que ainda não cheguei nestes números gostaria de falar de outra história, a que recomeça ou continua aos 25 anos.

Lembro que na infância, eu imaginava que esta seria a idade em que tudo na vida já estaria resolvido, porque pra mim, a solução da felicidade se encontrava em uma carreira, uma casa e um marido. Quanta ingenuidade naquela criança que pouco sabia da vida e acreditava em quase tudo que os adultos diziam.

Foi então, que depois de algumas descobertas e um pouco mais de vida, onde esta história começou. Minha realidade entrou em conflito com o mundo de possibilidades que surgia a cada dia. E assim, começou a trajetória que hoje aqui lembrei de seguir.

Não lembro bem a idade e o ano, mas com certeza não foi na infância. Dela me lembro poucas coisas: de pisar no barro, de brincar com minha irmã e meus primos, de um coelhinho que tentei chamar de meu. Foi uma viagem divertida pela estrada de chão, com minha mãe no volante, minha bisavó na carona e eu e minha irmã atrás. Teve até uma vaca no meio do nosso caminho. E foi neste dia dos coelhos que comecei uma das amizades mais lindas da minha vida, com a Ane, a dona das mãozinhas mais lindas que eu já vi. A partir daí, o que lembro mais pulou, como um piscar de olhos, para a minha adolescência.

No começo, fui muito feliz sendo uma adolescente normal. Não tinha preconceitos com música, com lugares, com ninguém. Era eu, mina irmã, a Ane, a Bí e as gurias simplesmente nos divertindo, conhecendo garotos, arriscando nossas vidas pelas madrugadas em carros velhos, estradas de chão batido e por aí temos muitas histórias. Tudo indicava que eu fosse seguir este caminho e que seria uma pessoa feliz no universo e terra onde nasci, até chegar a internet. Sim, a tecnologia mudou a minha vida.

Quando o mundo chegou até mim por conexão dial up, eu simplesmente comecei a surtar. Foi aí que essa história ganhou forças e eu não conseguia parar de olhar, pesquisar e tentar contar tudo aquilo que eu mais queria conhecer, fazer, mudar. Descobri músicas, fiz amigos, fiz uns blogs e fotologs, fiz disso a minha passagem para outro lugar. Foi por aí que, aos 16 anos, vesti a camiseta de banda, entrei nos ônibus da vida, e saí sozinha para encontrar um pouco daquele universo virtual em algum lugar. Graças aos meus pais, é claro, que sempre confiaram em mim para me deixar fazer isso (não sei como!).

Assim tive meu primeiro namorado, que não foi o meu primeiro amor. O meu primeiro amor foi antes, mas não pude namorá-lo. Longa história. Foi aí que fiz as amizades de interesses em comum. Quanto amor pela Lux Luxo, Felipe, pelo ator menino Carlos e uma galera que estava sempre nesses pontos de encontros de nossas viagens.

Essas aventuras tiveram uma continuidade triste, pois cheguei a acreditar que minha vida estava resolvida e que da música sairiam todas as minhas outras vontades: amigos, amor, profissão, viagens, momentos de extasy... A minha novela adolescente, então, teve uma pequena pausa: a depressão do término do primeiro namoro. O primeiro cara quase dez anos mais velho que eu.

Nesta fase eu já escrevia muito e escrever foi o meu refúgio, o que deu início aos longos períodos acordada e uma nova amizade com a insônia e o Lorax. Nunca esqueço o nome e todas as viagens que ele me fez passar (o Lorax e também o namorado). Adolescente, deprimida, morando sozinha aos 16 em um apartamento no 9 andar. Não foram dias fáceis e eu conseguia sorrir aos poucos, com a ajuda da Lila, do Jederson e do Cidi - os amigos mais estranhos e legais daquele terceiro ano bizarro, coxinha e particular. Cheguei a me afastar de todos os meus amigos de infância, que tentavam chegar até mim e eu não destravava a porta do quarto, na casa dos meus pais, para deixá-los entrar. Me perdoem, pois eu amo e sempre amei vocês!

Essa chavezinha triste girou, da noite pro dia, quando fui a Porto Alegre fazer aquela maratona de provas para o vestibular. Que meus pais não leiam, mas na primeira noite não resiti a proposta da Ana Paula (minha eterna Lóide, a partir daí) para conhecer o Garagem Hermética. Lembro como se fosse hoje, que eu comparei tudo aquilo como uma experiência do Mate-me Por Favor. Isso, claro, resultou em eu não ter passado na prova para a Fabico (UFGRS). Mas, como minha irmã turca cheia de energia e teorias fala, nada na vida é por acaso. Senti uma sensação linda ao chegar na UNISINOS. Riam, mas aquele campus enorme, cheio de árvores, bancos e prédios baixos foi totalmente demais pra mim...

Vou pular para a parte em que já estava morando com meus amigos Carlos, Ana Paula e Dani e que já tinha morrido de amores pelas minhas colegas Roberta, Carine e Camila. Já tinha reencontrado os amigos punks das viagens, os amigos do meu ex de Porto Alegre e, as novas amigas, ex dos amigos dele. Chris e Rê, a dupla loira e cocozilda. <3 a="" aaaaaaah="" am="" antes="" ao="" aprendi="" ar="" artigos="" at="" balan="" banda="" bruna="" c="" cabelo="" caronas="" cias.="" cinema="" coisa="" coisas="" com="" come="" como="" completar="" conheci="" cortei="" da="" das="" de="" deixou="" dela="" di="" dias="" dio="" e="" ela.="" encontrei="" entendemos="" entusiasmada="" escrever="" eu="" falar="" fazer="" foi="" frente="" genial="" gravar="" hoje="" igual.="" igual="" jamile="" lie="" lov="" mais="" mat="" me="" mera="" minha="" modismo="" montei="" muito="" n="" na="" nas="" neste="" no="" nos="" not="" o="" olhar.="" p="" par="" pati="" pelo="" percebi="" pode="" poulain="" pra="" preparar="" punk="" quanta="" que="" queria="" r="" rias="" rsrs="" s="" semi="" ser="" tempo="" terapias="" tica="" trocava="" troquei="" tudo.="" tudo="" u="" uma="" vida:="">
Nesse tempo, eu fazia muitas coisas e pouco dormia. Não tinha vontade de parar para dormir enquanto eu poderia ler, ou sair para beber e conhecer mais pessoas como eu. Quatro turnos diários de muitas descobertas e adrenalina. Acho que isso foi ser jovem (porque hoje já não sou tão mais). Dessa fase, saem bons drinks, boas cenas e bons livros. Ela merece uma dedicatória especial. Mas ela é importante neste texto, porque foi dela que partiu a interrupção resgatada agora.

Enfim, pulei alguns anos e cheguei até aqui, aos 25. No meio disso, vivi em um universo totalmente paralelo, longe de tudo aquilo que eu havia descoberto. Foi isolado de todas as influências daquele mundo que eu queria tanto desfrutar e conhecer. Não reclamo disso, pois nesta pausa, tive uma grande perda na família, precisei focar nos meus primeiros empregos e aprendi muitos valores os quais só se aprende assim, casada. Foram anos lindos e agradeço ao meu ex-companheiro por isso (o segundo cara quase dez anos mais velho que eu). Como todo o casal, tínhamos nossas palavras, nossos olhares, nossos programas só nossos. E esta troca foi importantíssima. Aprendi a ser cuidada, a cuidar de alguém. Eu aprendi a crescer. Ganhei um grande amigo e quero vê-lo feliz para sempre. Nossa trajetória juntos nos levou ao ápice do amor e a uma identidade dupla, por isso tivemos que nos separar, para cada um tentar se reencontrar. Que o meu futuro marido, se eu tiver um dia e se ele ler isso, aceite que sempre terei um amor e respeito por quem já namorei. Fiquem bem felizes e tranquilos, todos vocês. ;)

E por todas estas linhas acima eu cheguei aos meus 25 anos, com esta bagagem de vida e uma explosão de retomadas. Eis que volto aos meus amigos, todos mais velhos que eu e lindos, mais lindos que eu, que tenho 25. ;) Então eu olho para todos eles e percebo que reencontrei muitos neste momento pela obra do destino, pelo meu desleixo no passado recente, pela minha sorte neste momento. Alguns que não lembravam direito do verdadeiro mim. Outros, que ainda guardam mágoas do meu retiro. E poucos e bons novos amigos, recentes e que já decidi que serão para a vida toda (não tem como listar, mas gurias em SP, isso inclui vocês <3 -="" 16="" a="" adolescente="" agora="" alegria="" alguns="" aliviada="" amigos.="" anos="" aos="" aquela="" aqui="" as="" at="" cap="" chegou="" coisa="" com="" de="" desta="" dizer="" e="" ela="" em="" escrevendo="" espelho="" est="" eu="" faria.="" fazia="" gra="" gritando="" guria="" isso="" jornada="" lindo="" luz="" mais="" me="" muita="" muitos="" nbsp="" neles="" nova="" ouvindo="" p="" para="" penso="" perdeu="" pessoal.="" prazer="" pronta="" que="" repleto="" s="" se="" sob="" sobre="" sua="" trilhos.="" tulo="" um="" uma="" underground="" velas="" velvet="" vez="" vida="" voc="" voltando="">
Nos 25 já não se pensa mais em fazer o que lhe dá prazer. A história até tem base nisso, mas já há contas a pagar e a gente quer conquistar outros sonhos, os de viajar, de tomar o café perfeito, de poder concretizar um projeto, tirar proveito e aprendizado. Acredito que é a idade do sempre avante. Aquele medo de envelhecer, de largar o osso da juventude. Aquela vontade enorme de fazer o que se quer, a hora que quiser, com quem quiser. Sim, é a idade dois anos antes da overdose. Também de realizar todas as vontades na cama (ou em qualquer lugar). Já se sabe comer, já se sabe beber. Já sabemos fazer muitas coisas e gostamos de uma boa conversa, inteligente e que nos agregue algo. Também ainda temos a inocência de rir de coisas idiotas e, desculpem os amigos mais velhos, vocês também fazem isso.

Os 25 são só o começo, nem tão no início assim. Meus 25, que permitem um trabalho estável, madrugadas felizes e inspiradas. Bem-vindos, meses depois do meu aniversário. Que vocês não se esqueçam jamais dos anos anteriores e que os próximos só tenham muito mais a contar, porque eu espero viver muito além do que estas poucas páginas. A festa foi hoje, somente eu e a Zooey, minha filha cachorra. Teve direito a músicas de Mevlana e tudo mais. Agora compartilo esse momento feliz com todos vocês. Sherefe!

E se um dia eu faltar e alguém quiser recolher mais histórias do meu passado, está tudo no www.moneinthesky.blogger.com.brwww.moneinthesky.blogspot.com.br, no www.blogdamo.com, no www.simonebertuzzi.combr e no slooshysmotslooshy.blogspot.com.br. Que isso fique registrado.